Educação
O rompimento da Barragem de Fundão aumentou o risco de evasão escolar nos municípios atingidos. O Projeto Rio Doce, criado em 2015 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), investigou os danos socioeconômicos decorrentes do desastre-crime e sobre os potenciais impactos na Educação Básica.
Esse impacto foi calculado a partir dos dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), para comparar a situação de estudantes em municípios atingidos com alunos matriculados em escolas de municípios localizados em três grupos de comparação:
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Grupo de comparação 1: Municípios de Minas Gerais e Espírito Santo (exceto os do grupo atingido);
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Grupo de comparação 2: Municípios vizinhos aos atingidos;
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Grupo de comparação 3: Municípios contidos nas mesorregiões – unidade territorial que agrupa municípios com características socioeconômicas semelhantes – nas quais estão situados os municípios atingidos.
A análise dos dados indica, na região atingida, o aumento da probabilidade de evasão do Ensino Regular e o abandono total da escola.
O período considerado para a análise foi 2012 e 2017, com o objetivo de avaliar a evolução da situação nos três anos anteriores e nos três anos seguintes ao rompimento. Os dados apontam a evasão do Ensino Regular, considerando o aluno que não se matricula na escola no ano seguinte e o aluno que migra do Ensino Regular para a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Em função do rompimento e utilizando um dos grupos de comparação da análise, evadiram da escola no período posterior ao rompimento (2015-2017), em média:
A maior parte das evasões aconteceu entre estudantes do Ensino Médio; em média, mais alunas (529) evadiram que alunos (428). | Elaboração: Maria Eduarda Marques
A FGV ainda aponta que há evidências do aumento da probabilidade de repetência após o rompimento tanto para alunos quanto para alunas matriculados no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, em 2015, nas regiões atingidas.
Anahí Santos, Júlia Martins, Maria Eduarda Marques e Maria Teresa Carvalho
Agosto de 2025