Editorial
A pandemia do novo coronavírus trouxe para a população brasileira e mundial, desafios inimagináveis, até então. A última pandemia a assolar o mundo, de maneira tão drástica, foi a da gripe espanhola, há 103 anos. São poucos os ainda vivos que puderam vivenciar esse dois momentos da história.
Por isso, a Curinga Dossiê, edição 29, não poderia deixar de tratar de um acontecimento que marca o século XXI . Para alguns historiadores, esta atual pandemia, marca o início deste século, visto que ela trouxe e trará mudanças, que provavelmente ditarão os rumos a serem tomados por nossa sociedade daqui em diante. Alguns reversíveis, outros não.
A intenção da revista, neste momento, foi a de construir uma série de nove reportagens e conteúdos exclusivos, sendo um deles um ensaio fotográfico, para leituras posteriores. Tentamos, então, documentar o momento atual, fazer uma reflexão sobre o presente - enquanto investigávamos o passado -, e construir, pensar e debater caminhos para o futuro.
Dividida em três editorias, Mundo em Mim, Eu no Mundo e Travessia, a Curinga 29, intitulada “Pandemia e século XXI”. Parte do entendimento de que estamos documentando um acontecimento que não se encerra.
Em o Mundo em Mim, editoria que contempla um caráter reflexivo, do indivíduo que olha para si mesmo perante ao que o mundo lhe apresenta, escolhemos a palavra Adaptar como síntese. Os desafios da pandemia trouxeram para nós a necessidade de nos adaptarmos de forma imediata, às circunstâncias que nos pegaram de surpresa. Então, nessa editoria, você se deparará com sujeitos que tiveram de reinventar o modo como trabalham, como estudam e como lidam com questões de ordem emocional e mental.
Capa: Hugo Andrade
Capa de divulgação
Apresentada pela palavra Expressar, a editoria Eu no Mundo, que trata da interação dos sujeitos com o externo - que acaba por definir as ações desses - nos mostra como trabalhadores da saúde, atuantes na chamada “linha de frente” de combate ao vírus, e produtores culturais e artistas têm se reinventando para agir e, portanto, transformar o ambiente de crise que se instaurou nessas áreas de atuação. Apresentará, também, como as pessoas têm se relacionado interpessoalmente neste período de confinamento.
Por fim, temos a Travessia, editoria que tradicionalmente se encontra no miolo da revista impressa - que não mais temos -, definida pela palavra Desvendar. A ideia é ilustrar a atual necessidade de atravessarmos esse caminho que a pandemia nos impôs, desvendando, aos poucos: os problemas sociais e econômicos de nosso país - que foram escancarados -; a forma como a política e a desinformação, acaba por atravancar essa travessia; e como a forma como lidamos com o nosso meio ambiente desde nossa primeira Revolução Industrial, nos colocou no ponto em que estamos.
É importante salientar que esta é a primeira Curinga produzida totalmente em formato remoto, devido às recentes regras de distanciamento social, o que faz dessa produção mais do que um laboratório jornalístico, mas também um experimento. A Curinga abandona pela primeira vez suas páginas impressas e se sustenta, apenas, nas páginas de um novo site, com um Dossiê em formato de grande reportagem multimídia.
Apurar, entrevistar, montar acervo fotográfico, produzir um ensaio, deliberar… De modo remoto, é difícil e trabalhoso, mas o diálogo e a cooperação entre equipes, somados à compreensão de nossas limitações e obstáculos - tecnológicos, inclusive - , fez com que buscássemos alternativas que poderão servir de parâmetro para as próximas edições. Fizemos o possível para lhes apresentar uma Curinga plural, documental, informativa e aberta a todas e todos.
Conheça a equipe da Curinga edição 29 no expediente.