MULHERES SOLO
Ana Júlia Portela, Mariana Hermidas, Pedro Henrique Hudson, Vitória Calixto
Foto: Mariana Hermidas
Março de 2024
Neste documentário, mulheres beneficiadas pelo Programa Bolsa Família (PBF) contam suas trajetórias de vida e representam como o PBF foi um agente transformador de suas realidades. Essas histórias se conectam às narrativas eternizadas pela escritora Carolina Maria de Jesus, mostrando a importância do Programa na busca pela superação da desigualdade de gênero ao longo dos 20 anos de existência.
O documentário lança um olhar sobre as trajetórias de mulheres chefes de família que passaram por desafios e, por meio do PBF, buscam melhorar a condição de vida das suas famílias. O filme reverbera e dialoga com as narrativas atemporais presentes no livro Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus, lançado em 1960.
Ana Paula Cardoso, cuidadora de idosos inativa, começou a receber o Bolsa Família em 2015, com o nascimento do seu primeiro filho, Bryan. Ela também é mãe de Bianca, que se mostra confortável frente à câmera. Foto: Mariana Hermidas
No livro, temos a narradora Carolina, que expõe suas experiências diante de uma sociedade discriminatória e racista. É possível perceber que a escrita da autora abarca histórias de muitas mulheres brasileiras. Carolina Maria de Jesus deixou um legado que ecoa em muitas mulheres, assim como o caso da escritora Conceição Evaristo, autora de uma narrativa que dialoga com a de Carolina através das suas escrivivências. Conceição escolheu ressignificar o sentido das palavras, dando continuidade ao percurso iniciado por Carolina: apresentar como protagonistas aquelas e aqueles que foram e são reduzidos ao quarto de despejo. Ela empresta sua voz para, junto com outras vozes, narrar as histórias de MULHERES SOLO.
Conceição Evaristo, renomada escritora contemporânea brasileira, lê o poema “Mãe”, do seu livro “Poemas da Recordação e outros movimentos”.
Foto: Mariana Hermidas
Observando as protagonistas do documentário, é possível perceber paralelos com a jornada de Carolina. As narrativas destacam a importância de visibilizar mulheres marginalizadas, seja por meio de suas experiências registradas em papel ou pelas imagens em movimento neste documentário.
MULHERES SOLO busca ser um testemunho visual da resiliência que o Bolsa Família tem proporcionado, em uma narrativa de força, superação e transformação social. Uma representação que reafirma a necessidade de programas sociais na construção de um futuro mais igualitário e justo no Brasil.
Flaviana Guimarães, formada como Técnica Administrativa e Museóloga, trabalha de forma remota de sua casa em Ouro Preto (MG).
Foto: Ana Júlia Portela
Dados do Governo Federal de março de 2023 mostram que 81,2% dos benefícios do PBF são concedidos em nome de mulheres. São 17,2 milhões do total de 21,1 milhões de famílias beneficiárias neste mês. O Bolsa Família concede prioridade às mulheres chefes de família, segundo as diretrizes da Lei n° 14.601/2023, que instituiu o programa de transferência de renda. De acordo com o Artigo 8º desta Lei, o pagamento do benefício deve ser direcionado “ao responsável familiar, de acordo com os dados constantes da inscrição da família no CadÚnico”, dando preferência, quando possível, às cidadãs.