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Da esquerda para a direita, há uma mulher, de cabelos crespos curtos, usando camiseta azul e short amarelo, sentada em uma cadeira de plástico, com os pés cruzados, com o braço passado atrás de uma criança, sentada ao seu lado. A mulher se chama Heloísa, a menina é sua neta. A criança tem os cabelos trançados com fita rosa claro, traja blusa branca e short preto. Ao centro, há uma mulher, sentada de pernas cruzadas, tem os cabelos lisos curtos e usa óculos de grau, além de camiseta e calça estampadas. Ela é Edneia. Ao lado dela, está mais uma mulher sentada, tem os cabelos pretos presos em um rabo de cavalo, com uma faixa rosa com laço. Seu nome é Fabiana. Na direita, há uma mulher, com cabelo escuro e preso, sentada com uma menina de blusa colorida e short vermelho, sua filha, no colo. Todas usam chinelos, com exceção de uma criança de pés descalços. Excetuando Heloísa, todas olham diretamente para a câmera, sorrindo.

MULHERES SOLO

Ana Júlia Portela, Mariana Hermidas,  Pedro Henrique Hudson, Vitória Calixto

 Foto: Mariana Hermidas

Março de 2024

 

Neste documentário, mulheres beneficiadas pelo Programa Bolsa Família (PBF) contam suas trajetórias de vida e representam como o PBF foi um agente transformador de suas realidades. Essas histórias se conectam às narrativas eternizadas pela escritora Carolina Maria de Jesus, mostrando a importância do Programa na busca pela superação da desigualdade de gênero ao longo dos 20 anos de existência.

 

O documentário lança um olhar sobre as trajetórias de mulheres chefes de família que passaram por desafios e, por meio do PBF, buscam melhorar a condição de vida das suas famílias. O filme reverbera e dialoga com as narrativas atemporais presentes no livro Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus, lançado em 1960.

 a imagem mostra o rosto e parte dos ombros de uma mulher de cabelo preto preso por um coque e um arco, olhando para a filha pequena, também captada de perto, que sorri para a câmera enquanto posa apoiando o queixo com a mão. Ao fundo há uma parede em tom salmão

Ana Paula Cardoso, cuidadora de idosos inativa, começou a receber o Bolsa Família em 2015, com o nascimento do seu primeiro filho, Bryan. Ela também é mãe de Bianca, que se mostra confortável frente à câmera. Foto: Mariana Hermidas

 

No livro, temos a narradora Carolina, que expõe suas experiências diante de uma sociedade discriminatória e racista. É possível perceber que a escrita da autora abarca histórias de muitas mulheres brasileiras. Carolina Maria de Jesus deixou um legado que ecoa em muitas mulheres, assim como o caso da escritora Conceição Evaristo, autora de uma narrativa que dialoga com a de Carolina através das suas escrivivências. Conceição escolheu ressignificar o sentido das palavras, dando continuidade ao percurso iniciado por Carolina: apresentar como protagonistas aquelas e aqueles que foram e são reduzidos ao quarto de despejo. Ela empresta sua voz para, junto com outras vozes, narrar as histórias de MULHERES SOLO.

a imagem mostra uma senhora negra de cabelos crespos e grisalhos, usando um vestido quadriculado vermelho e azul. Ela está sentada numa cadeira lendo ao microfone o trecho de um livro. Ao fundo há um pano alaranjado

Conceição Evaristo, renomada escritora contemporânea brasileira, lê o poema “Mãe”, do seu livro “Poemas da Recordação e outros movimentos”.

Foto: Mariana Hermidas

 

Observando as protagonistas do documentário, é possível perceber paralelos com a jornada de Carolina. As narrativas destacam a importância de visibilizar mulheres marginalizadas, seja por meio de suas experiências registradas em papel ou pelas imagens em movimento neste documentário. 

MULHERES SOLO busca ser um testemunho visual da resiliência que o Bolsa Família tem proporcionado, em uma narrativa de força, superação e transformação social. Uma representação que reafirma a necessidade de programas sociais na construção de um futuro mais igualitário e justo no Brasil.

a imagem mostra uma mulher sorrindo. Ela tem cabelo castanho escuro, cacheado e está com um vestido preto. Ela está sentada em seu escritório, trabalhando em frente ao computador. Ao fundo, há um outro computador desligado em uma estante com livros e uma planta. No canto, aparece parte de um sofá.

Flaviana Guimarães, formada como Técnica Administrativa e Museóloga, trabalha de forma remota de sua casa  em Ouro Preto (MG).

Foto: Ana Júlia Portela

 

Dados do Governo Federal de março de 2023 mostram que 81,2% dos benefícios do PBF são concedidos em nome de mulheres. São 17,2 milhões do total de 21,1 milhões de famílias beneficiárias neste mês. O Bolsa Família concede prioridade às mulheres chefes de família, segundo as diretrizes da Lei n° 14.601/2023, que instituiu o programa de transferência de renda. De acordo com o Artigo 8º desta Lei, o pagamento do benefício deve ser direcionado “ao responsável familiar, de acordo com os dados constantes da inscrição da família no CadÚnico”, dando preferência, quando possível, às cidadãs.

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