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Na Força da Peneira
A resistência do povo quilombola diante da devastação causada pela mineração
Arthur Xavier, Alice Oliveira, Ilidio Ribeiro, Niara Xavier e Janine Xavier
Agosto de 2025
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A representação da resistência vem através da dança. O grupo utiliza alguns instrumentos para a interpretação dos movimentos como o xequerê. | Foto: Janine Xavier
Em 8 de outubro de 2024, a Comunidade de Gesteira foi registrada pela Fundação Cultural Palmares como Comunidade Remanescente de Quilombo, sob o número 3153. O Quilombo foi homologado pela Portaria n°310, publicada no Diário Oficial da União no dia 11 de outubro de 2024. Essa conquista, garante novos caminhos e possibilidades para o amplo reconhecimento da comunidade e conquista de direitos sociais.
O documentário Na Força da Peneira apresenta os impactos da mineração na realidade do Quilombo de Gesteira. Localizada no município de Barra Longa (MG), a 60 km de Mariana (MG), a comunidade foi atingida pelo rompimento da Barragem de Fundão, no dia 5 de novembro de 2015.
Apesar das consequências diretas do desastre, o território não foi reconhecido oficialmente como atingido no Novo Acordo de Mariana, firmado em novembro de 2024.

Segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2022, o Brasil possui 8.441 localidades quilombolas em seu território. | Foto: Janine Xavier
A partir dos depoimentos de moradores e lideranças locais, o filme evidencia os efeitos do crime socioambiental para a saúde, o território, a vida cultural e a organização coletiva do quilombo. A produção mostra o processo de resistência da comunidade frente às violações e à exclusão no processo de reparação.

Para o Grupo Fênix, a peneira é mais do que um instrumento, é uma forma de representar seus antepassados e responder às adversidades sociais através da dança. | Foto: Ilidio Ribeiro
Na Força da Peneira é um registro audiovisual que contribui para a visibilidade da luta por reconhecimento e justiça para a Comunidade de Gesteira, apontando as contradições da atuação das mineradoras e do Estado nas políticas de reestruturação em casos de desastres ambientais no Brasil.
Partindo de versos do livro “Colonização, Quilombo: modos e significações” do escritor, pensador e pesquisador quilombola Nego Bispo, o documentário costura-se em cinco atos, que abordam as formas de resistência e modo de vida da comunidade.

Porque mesmo que queimem a escrita, não queimarão a oralidade. Mesmo que queimem os símbolos. Não queimarão os significados. Mesmo queimando o nosso povo. Não queimarão a ancestralidade.