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<arte> Nathália Paes
“Tudo era mato”
Se hoje estar na internet é quase uma regra, o cenário era bem diferente há duas décadas, quando Maurício Ricardo começou sua jornada no mundo digital
Miller Corrêa de Brito, Nathália Paes e Rebeca Oliveira
[Outubro, 2024]
Com mais de 20 anos de carreira, Maurício Ricardo comenta a sua trajetória na internet. Jornalista e chargista, o carioca, “mineiro de coração”, compartilha em entrevista sua experiência atuando como criador de conteúdo para o ambiente digital.
Desde a chegada da internet ao Brasil, Maurício já enxergava o potencial da rede para o futuro do trabalho. No início dos anos 2000, decidiu migrar suas charges do impresso para o digital, lançando o charges.com.br. Operando do interior de Minas, seu site alcançou reconhecimento nacional e internacional. Esse trabalho o levou à Rede Globo, onde suas charges animadas passaram a ser exibidas no Big Brother Brasil. Entre 2004 e 2016, as charges de Maurício ganharam popularidade e já alcançaram mais de 670 milhões de visualizações no YouTube.
Sua carreira atravessa as várias fases do mundo digital, desde a era da internet discada e vídeos em Flash até o 5G e os vídeos curtos. Maurício produziu animações até 2022, quando a pressão do modelo de plataformização, que exige certa regularidade nas postagens on-line, tornou inviável continuar com o ritmo de produção. Nesse período, também sentiu a necessidade de um plano B, o que o levou a criar, junto com sua esposa, que é educadora, a escola "Techers". Eles buscam proporcionar às crianças uma forma mais produtiva de usar seu tempo, com um espaço desconectado que incentiva a interação fora das telas.
Hoje, ele mantém o canal Fala M.R. no YouTube, em que discute política, cotidiano e tecnologia. Nesta entrevista, Maurício Ricardo revisita sua trajetória e oferece uma reflexão crítica sobre as transformações da internet e os desafios atuais para seus usuários.
[Navegando no espaço digital]
É meio clichê falar que quando eu cheguei isso aqui tudo era mato, mas era mesmo. A gente estava aprendendo a fazer as coisas. Era uma internet muito libertária e muito independente, no sentido de que as pessoas construíam seu próprio website usando ferramentas já bastante interativas. Eu lembro que tinha o Dreamweaver da Macromedia, que depois foi comprada pela Adobe, e foi assim que eu comecei a fazer meus websites.
Você tinha a expressão “internauta”, que fazia todo sentido, porque a única maneira de você ir de um site para o outro era através dos links que estavam às vezes no hipertexto. Então, você realmente saía navegando, como se você estivesse perdido no espaço. “Major Tom”’, entendeu? “Ground control to Major Tom”. O Major Tom estava lá, perdido no espaço. Então, aquilo te levava para ambientes completamente novos, né? E aí, toda a experiência era uma espécie de escavação arqueológica misturada com exploração de um planeta novo.
Eu entrei numa redação de jornal aos 17 anos de idade, sou um jornalista, sou um animal de redação. Foi na redação que eu me criei. E quando me profissionalizei na internet, no ano 2000, eu já tinha uma experiência de pelo menos uns quatro ou cinco anos de uso bem intenso da internet na minha casa e no meu trabalho.
[Começo da carreira]
Eu sou de uma família de gente de mídia. Minha mãe foi radioatriz e cantora e meu pai foi redator de humor. Então, alguma coisa eu já trazia na genética. Eu sou cartunista de jornal desde os 17 anos. Eu nunca tive experiência com a forma analógica de fazer desenho animado, a não ser aquele que eu fazia na beira do livro, quando eu estava entediado, que eu desenhava aquele homem palito que pulava. Para isso é que serviam os meus livros de matemática na época da escola, apenas.
Quando vieram as ferramentas de desenho digital, eu me encantei. Então, muito cedo fui aprender a usar a mesa digitalizadora. Isso tudo antes ainda de me profissionalizar, como hobby em casa.
O meu pai, por ser profissional de mídia e ter vindo para o interior, me vendeu desde cedo que era péssima ideia ir pra São Paulo e Rio. E ele conseguiu fazer uma carreira muito legal como cronista e diretor de jornal aqui [em Uberlândia]. O cara deixou a marca dele na cidade.
Mas de repente a internet vem e fala: ‘não, você pode ficar por aqui e falar com o mundo’. E foi genial num primeiro momento. Talvez, o que não é mais viável, como era antigamente, é você transformar sua atividade numa atividade lucrativa, como foi no meu tempo, ao ponto de eu fazer a minha vida. Já hoje, é um pouco mais complicado se você está fora do eixo Rio-São Paulo.
Se você trabalha na minha área, não vai conseguir produzir desenhos longos. Você cai naquela massa da timeline infinita do Tik Tok, dos “reels” do Instagram ou do próprio “short” do YouTube, que paga muito pouco. Quando paga, é uma merreca, não dá para viver. Então, você acaba sendo aquele cara que voltou a ser o desenhista marginal, que fazia o fanzine no xerox e saía vendendo no bar. Porque a gente tem que implorar por PIX, quando houve uma época na internet que você poderia fazer isso tudo com muita dignidade.
[“Até aí foi tudo muito bem…”]
Enquanto eu ainda tinha uma equipe, enquanto eu produzia desenho animado, aquilo pra mim era muito pesado, me fazia sofrer. Eu tinha que gastar muito tempo do meu dia pensando “o que eu posso fazer?”, quais são os temas, que trending tá rolando ali para poder trabalhar como assunto de charge, que novela que tá bombada, que música que tá tocando pra fazer uma paródia, o que tá acontecendo na política, aquela coisa toda.
Porque eu tinha uma equipe e eu tinha uma responsabilidade e tal. Quando eu cheguei no ponto de falar: ‘olha, não dá mais para manter uma equipe e fazer desenho animado’, que foi em 2022. Porque só podia “short” [do YouTube], eu fiz o desligamento da minha equipe e desmontei o meu estúdio de animação, e transformei o site “Charges” numa espécie de casinha de aluguel. Eu brinco que é que nem a vila do Chaves agora, porque eu pego desenho velho e uma pessoa faz a curadoria. Todo dia sobe [no YouTube] os mesmos desenhos em montagens de oito minutos. Então, eu tenho um custo só dessa profissional.
Isso dá uma média de dez, 15 mil views por vídeo, desses de oito minutos. Com oito minutos dá para colocar anúncio intermediário e, tendo anúncio intermediário, o algoritmo do YouTube mostra para as pessoas. Então, mesmo não sendo material inédito, sendo desenhos produzidos, alguns deles, há mais de 20 anos, ainda é para mim uma coisa viável.
Numa dessas muitas mudanças, eu fui obrigado, essa que é a verdade, a gente é forçado a vir para as mídias sociais. No começo, como qualquer vício em droga ou qualquer coisa assim, da mesma maneira que elas usam técnicas de marketing para poder fisgar você e fazer você virar usuário, também para trazer conteúdo. Elas começam pagando muito bem, dando muita visibilidade com muito pouca restrição e censura, você pode fazer qualquer coisa.
Eu sempre vou usar esse exemplo, por mais que ele possa parecer tosco: Quando você entra aqui no YouTube, é como se você tivesse na Red Light de Amsterdam, que é aquele lugar em que ficam as prostitutas e cada um de nós é uma janelinha com uma luz vermelha em cima, e aquele que rebolar melhor, aquela pessoa que for mais atraente é que vai te botar lá dentro.
O que acontece no YouTube é que para você ser atraente você tem que ter uma certa dose de sensacionalismo ou de nicho de mercado, que é muito difícil você ser intelectualmente honesto e manter seu público. E isso vai fazendo as pessoas perderem um pouco da própria dignidade. E principalmente da ética jornalística, o que é um perigo.
“Porque as pessoas passam a não procurar informação, mas viés de confirmação”
[“A gente foi traído”]
Com o tempo a gente foi percebendo que o discurso ia mudando. E chegou um momento que falaram: “olha, agora você não vê mais todo mundo que você escolheu seguir, porque você tá seguindo gente demais. Então, a gente vai fazer uma curadoria aqui para você, com o algoritmo, e vai te mostrar isso, isto e aquilo”.
Mas tempo depois começaram a sumir links, porque eles não queriam que você saísse de lá e começasse a navegar. E chegou o momento em que mudaram o discurso para: “olha, você pode fazer seu vídeo chegar a mais pessoas. Pague!”. E aí já é o impulsionamento. Então veja que é um processo. Não é que nasce com o convite para você entrar lá. Só cresceu e ficou desse tamanho porque todo mundo acreditou, todo mundo confiou [no Facebook].
“Todo mundo foi para lá e a gente foi traído”
O UOL tinha uma enorme dificuldade quando migrou do Flash, que era o desenho vetorial, pro streaming de vídeo, o UOL não conseguia ter a qualidade de streaming que o YouTube tinha. O YouTube tem uma estrutura, uma infraestrutura gigante. Então o pessoal começou a piratear as minhas charges subir para lá e a minha audiência foi migrando para o YouTube pirata.
Toda vez que eu tentava tirar a pirataria, eu não conseguia respaldo. Se você era uma Globo ou uma Universal Music, o YouTube corria lá e dava content ID, ele reconhecia o vídeo e derrubava automaticamente. Agora para mim, a primeira vez que eu fui tentar derrubar um vídeo do YouTube, me mandaram passar um fax pra Irlanda. Eu tô falando de uma empresa de tecnologia.
Aí o UOL falou: “olha, Maurício, não tenho como continuar te pagando o que eu te pago, porque a sua audiência não tá mais aqui”. Chegou um ponto em que tinha um canal que estava com 745 charges minhas. Na época, ele tinha 30 mil inscritos, que era um número grande. Aí eu fui e comprei o canal pirata do cara. A partir dali, a gente chegou a 2,6 milhões de inscritos, comigo tomando conta. E tava tudo bem. Quando veio o “shorts”, que começa com o Snapchat, depois o Tik Tok, a coisa degringolou.
[O Fala M.R.]
Eu tenho muita leveza para lidar com o meu canal que é o “Fala M.R”. Ao mesmo tempo que eu tenho muita responsabilidade, e tento postar um vídeo por dia, para não ser prejudicado pelos algoritmos, nem sempre eu faço. Mas, por exemplo, as instruções que o YouTube te dá são: “faça live, cara! Faça lives longas, peça PIX, peça super chat”. Eu não consegui criar uma rotina para mim, onde [fazer lives] caiba na minha vida sem que seja um sofrimento, e nem sou confortável com esse formato. Então, o que eu faço é live de improviso, toda live minha até hoje foi live que eu falei: “pô, não tô com saco de fazer um vídeo sobre esse tema, mas eu queria falar sobre ele, aí eu abro uma live”.
O “Fala M.R”. sou eu. Na edição, na produção. Aliás, eu adoro fazer essas coisas, né? Eu sou curioso em tecnologia. Inclusive, o Fala M.R. é totalmente produzido no meu telefone. Eu boto o microfone para melhorar um pouquinho a qualidade do áudio e edito no celular. A única coisa que eu faço no computador é a thumb, que aí eu uso o Photoshop para fazer um balãozinho numa foto, que é a característica visual do meu canal. Eu roteirizo aqui [no celular] também. Eu uso inclusive teleprompter para me dar guias do que eu estou falando e não me perder no caminho.
[Direitos autorais e uso de IA]
A discussão da Inteligência Artificial (IA) é o seguinte: sem ninguém te contar, as empresas de tecnologia começaram a esquadrinhar a internet como um todo, olhar o material todo de todo mundo, e a se tornarem uma espécie de super artista com um repertório que um ser humano jamais vai ter.
“Arte nada mais é que o repertório que a vida nos oferece”
E na arte você começa sempre desenhando e copiando alguém. Eu me lembro pequenininho [redesenhando] o gibi da Mônica. Vendo os desenhos que passavam na TV, eu não tinha facilidade de dar “pause”, eu tinha que ficar desenhando enquanto o desenho estava em movimento na minha época.
Mas é isso que vai formando a gente. A gente vai desenvolvendo o traço muito lentamente. Quem é muito fã acha algumas referências, né? A gente olha um desenho do Angeli, por exemplo, um dos maiores cartunistas brasileiros. Aquilo te remete um pouco ao Robert Crumb, que era um quadrinista dos anos sessenta, alternativo, muito legal.
Dá para sacar, né? De onde vem. Eu sou muito influenciado por essa coisa de mãozinha, de dedinho gordinho. Essa coisa é meio Disney, é meio Mauricio de Souza, Hanna Barbera, o que eu consumia na infância.
Mas a IA é uma outra coisa muito diferente. É uma máquina que você vai treinando. No momento em que ela entende o que você está fazendo, ela busca as referências de coisas que já existem, que foram produzidas por pessoas e te oferece aquilo como um produto inédito.
E no começo a gente ainda falava: “ah, mas são 20 dentes na boca, sete dedos na mão, cruza o braço, aparece cinco braços”. Em um ano, isso tudo já foi resolvido, porque a máquina está aprendendo em um ritmo muito, muito incrível. Imagina em um nível em que você está vendendo material para ser usado para o mal mesmo. Então é distópico o que vem por aí.
Eu olho para isso e adoraria ter uma resposta diferente, mas [big techs] têm dinheiro demais para comprar parlamentos. Existem muitos interesses econômicos por trás. Os maiores países são os detentores da tecnologia, então eles não têm muita preocupação em acabar com [a IA]. Quem vai se ferrar é a gente, são os países pouco tecnológicos, né?
Só que nessa era que a gente tá agora, não tô vendo ninguém lutando realmente contra o poder gigantesco em torno dessas maravilhas tecnológicas que são disruptivas. Ou seja, vão mexer com a maneira de todo mundo fazer as coisas, muito perigoso.
“A gente foi virando um bichinho treinado para consumir IA mesmo, então já era gente. Essa é a verdade!”
[O que deve ser feito?]
Eu acho que a não regulamentação é o que afeta a minha vida, o meu trabalho. Eu sou um radical da regulamentação! Por mim deveria ser proibido você dar a cara na internet sem colocar o seu nome, o seu retrato.
Todo dia quando estava no Twitter ou no X com a minha conta aberta, eu tinha que apagar não um, mas cem robôs por dia, que entravam para seguir a minha conta. Era uma coisa suspeita que eu não entendo até hoje. Eu tinha que sair dando block. O mundo tá assim por causa disso, mas vai dizer isso para alguém, para o cara que tá muito confortável botando uma fotinha de anime, ou de uma mulher de Inteligência Artificial. Ele bota uma foto de uma mulher bonita para destilar ódio nos posts dos outros no horário de trabalho. Esse cara não quer que você veja a cara dele e saiba o nome dele, né?
Mas para mim isso não trouxe benefício nenhum para a humanidade. “Ah, deu liberdade de expressão! Agora a gente pode falar as coisas sem ser perseguido.” Mas aí é que tá, né? As leis existem para serem cumpridas.
“Mas eu que tô aqui desde o dia zero, só levando pedrada com CPF, endereço, rosto”
É muito fácil resolver o mundo. CPF! Bota nome, CPF e foto. Nada de pseudônimo, nada de fotinha de desenho animado, ou de deep fake. Para mim é simples resolver. Sou 100% a favor da regulamentação das redes e num extremo sou a favor de que só poderia se comunicar na rede social quem tivesse [CPF].
[Maurício fora das redes]
A sorte que eu tenho é que essa minha escolha de vida, de permanecer em Uberlândia mesmo quando eu estava fazendo um monte de coisa, com uma agenda muito mais cheia do que eu tenho hoje, a internet nunca tirou os meus pés do chão. Então, assim, a minha rotina, os meus amigos são os mesmos. O bar que eu frequento é o mesmo, as pessoas que eu conheço, elas basicamente são as mesmas.
Eu toco rock aqui, então eu tenho um monte de projetos de banda de rock. Eu faço cover do Pink Floyd aqui em Uberlândia há não sei quantos anos. Então, Uberlândia me supre, me basta, sabe?! Meu trabalho está lá fora, mas eu estou muito protegido na minha redoma, e eu só tenho consciência do que eu faço e das pessoas que eu atinjo, justamente quando eu viajo. Na época das charges do Big Brother, me pararam no metrô da Alemanha. Eu lembro que eu estava em Frankfurt, fui reclamar no guichê da TAM. Fui atendido por um brasileiro lá. “Vamos mudar seu lugar, vou te botar do lado do Tobi, do Espinho e do Fimose”. Tive esses momentos que eu acho que são muito legais, mas em compensação, não tê-los, não dá para mim aquele: “ninguém mais se lembra de mim”.
Porque eu vejo tudo como fases que vão se fechando. Eu estou tão encantado hoje em dia com o meu projeto educacional. O agora tá maravilhoso e o agora inclui amigos, inclui família, inclui realizar e construir, é isso! Aliás, o meu pai me ensinou muito sobre isso, sabe?! Quando ele foi diretor de jornalismo, eu vi aquele monte de convite chegando na mesa dele, né? Eu falava: ‘nossa pai, você é importante!’. Ele falava assim: ‘não! Esses convites não são para mim, são pro meu cargo. Na hora que eu sair do meu emprego, todos esses convites vão pra outra mesa’. E crescer ouvindo isso é uma grande lição de vida, viu?
[Outros caminhos]
Quando eu vi que a internet estava indo para um caminho meio estranho, isso por volta de 2015/2016, eu queria ter um plano B. Porque eu já sabia que eu não ia ter energia, saúde para levar isso aqui por muito tempo, e que o próprio peso da idade uma hora ia me fazer parar. Eu falei com minha esposa, que é educadora: “cara, vamos montar uma escola”. E começamos o nosso projeto próprio, que se chama “Techers”.
Estamos vendo a criançada ocupando seu tempo de tela de uma maneira inútil. Aí a gente lá na escola dá um monte de caminhos, de trilhas. Tem um espaço desconectado, que é um belo gramadão de 350 metros quadrados, com um painel maravilhoso. Hoje a minha esposa estava me contando que caiu a energia lá e que a molecada foi toda lá para fora, em vez de ficar pendurado na sala olhando pro seu celular.
“Na verdade, ‘desconexão’ é se desconectar de mídias sociais”
A questão da desconexão, não é que você vai viver fora do mundo tecnológico. O que eu chamo de “desconectar” hoje em dia é além de você ter uma relação saudável com seu corpo, é você usar o que você tem aqui de tecnologia, de forma a não ser escravo de big tech. Não é, necessariamente, uma fuga da tecnologia. Muito pelo contrário, use de forma produtiva para você, use para o seu bem.
[Para onde a vida em rede nos leva?]
Eu acho que para a ruína. Para ditaduras, sem dúvida. Ditaduras onde essas big techs, que têm donos com fortunas maiores que o PIB de muitos países, vão ter um poder absurdo. E a radicalização das pessoas vai levá-las a ditaduras de esquerda ou de direita. Porque esse modelo das big techs facilita os regimes fascistas ou autocráticos.
É terrível o que vem por aí, não vejo solução. A não ser educar as crianças para viver nesse mundo mais [longe das redes]. A educação é o caminho.
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